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MOBILIDADE URBANA

Como pode a linha-3 vermelha do metrô já ter tido 16 panes só neste ano?

Léo Arcoverde

Publicado em: 09/11/2016
Atualizado em: 10/03/2023
Como pode a linha 3-vermelha do metrô já ter tido 16 panes só neste ano? Passageiros aguardam trem na estação Sé do metrô, na região central, durante pane registrada no fim de 2015. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas (21/12/2015) Quem usa diariamente a linha 3-vermelha do metrô já está acostumado com as recorrentes falhas na circulação de seus trens. Só neste ano, ao menos 16 panes ocorreram na linha 3-vermelha. O número ainda está abaixo dos registrados em anos anteriores: em 2014, foram 23; em todo o ano passado, 21. É o que aponta levantamento feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados do Metrô de São Paulo obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. A grave falha da linha, que afetou a circulação de seus trens entre quarta e quinta-feira, se deu após um período de calmaria no sistema metroviário. De acordo com dados oficiais, o metrô não registrou nenhuma falha grave entre julho e setembro deste ano.

Crise tirou 86 mil usuários do metrô por dia em SP

Reportagem do “Estadão” mostrou que a disparada do desemprego, que se prolonga desde o fim de 2014 em São Paulo (e também no restante do país), tirou 86 mil passageiros por dia do metrô paulistano neste ano. Essa análise tem como foco o período de janeiro a maio de 2016 e abrange dados das seis linhas do sistema metroviário. De acordo com essas informações, a média de passageiros transportados por dia caiu 4,46 milhões para 4,37 milhões do ano passado para cá. O atual número é o mesmo registrado em 2013, segundo a reportagem. Em entrevista ao Estadão, o diretor de operações do metrô, Mário Fioratti, afirmou que, pela primeira vez na história, o metrô registrou a queda do número de passageiros transportados pelas linhas 2-verde e 5-lilás. Menos passageiros significa menos receita para a empresa. A estimativa é que haja uma queda de 60 milhões na receita do metrô neste ano, ainda conforme a reportagem.

Após Jornada de Junho de 2013, transporte virou direito social

Uma das reivindicações dos organizadores dos protestos que sacudiram o país em junho de 2013 (fenômeno também conhecido como Jornada de Junho) foi pressionar o Congresso Nacional a incluir o transporte no rol de direitos sociais previstos pela Constituição Federal no seu art. 6º. E foi o que aconteceu em setembro de 2015, após longa tramitação entre a Câmara dos Deputados e o Senado. A PEC 74/2013 foi uma iniciativa da deputada Luiza Erundina (na época, integrante do PSB paulista) e teve, no Senado, a relatoria de Aloysio Nunes.

Por que isso é importante?

A Lei nº 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, define, no seu art. 5º, inciso IV, como um dos princípios do transporte público “a eficiência, a eficácia e a efetividade” de quem presta esse serviço. Essa mesma lei diz, no seu art. 14, inciso I, que é direito do usuário do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “receber o serviço adequado”. Segundo essa lei, o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana “é o conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município”.

Número de falhas se mantém nos padrões internacionais de qualidade e segurança, afirma metrô

Procurado para comentar as falhas registradas no primeiro semestre deste ano, o Metrô de São Paulo disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que a quantidade de panes em suas linhas se mantém nos padrões internacionais de qualidade e segurança. Leia, abaixo, a íntegra da nota que o órgão enviou à reportagem: “Todos os sistemas de metrô do mundo estão sujeitos a falhas e elas são proporcionais ao número de viagens realizadas, à quilometragem percorrida e à quantidade de passageiros transportados. Diariamente, o Metrô de São Paulo transporta cerca de 4 milhões de passageiros, realizando mais de 3.500 viagens, com 60 mil quilômetros percorridos, em média. Somente no primeiro semestre de 2016, os trens do Metrô percorreram 173,5 mil quilômetros a mais do que no mesmo período de 2015. Ressaltamos que a quantidade de incidentes notáveis se mantém nos padrões internacionais de qualidade e segurança, mostrando que o Metrô de São Paulo é um sistema de transporte regular, confiável e seguro, considerado internacionalmente como um dos dez melhores do mundo.”

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