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SEGURANÇA

São Mateus e Morumbi lideram furtos e roubos a casas em São Paulo

Léo Arcoverde

Publicado em: 10/12/2015
Atualizado em: 10/03/2023
20 bairros com mais furtos e roubos de residências em São Paulo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, fica em região que está entre as que registraram mais casos de invasões a residências na capital paulista neste ano. Foto: Foto: Ciete Silvério/A2img (27/08/2015) Com 85 casos registrados entre janeiro e outubro, o 53º DP (Parque do Carmo), na zona leste, contabilizou a maior quantidade de roubos a residências dentre as 93 delegacias da capital paulista neste ano. No ranking de furtos a casas, o 49º DP (São Mateus), também na zona leste, aparece na liderança, com 268 ocorrências contabilizadas no período. Levando-se em conta a soma de furtos e roubos a residências, a delegacia de São Mateus, com 277 ocorrências, e o 34º DP (Morumbi), na zona sul, com 209, encabeçam o ranking. É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados Polícia Civil do Estado de São Paulo obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). A reportagem tabulou os dados dos 20 distritos policiais da cidade de São Paulo com mais casos de furtos e roubos a residências no período. A contabilização desses crimes, que abrange os casos de invasões a condomínios residenciais, não é divulgada mensalmente pela Secretaria de Estado da Segurança Pública por meio de sua estatística oficial. Ela faz parte das ocorrências de roubos e furtos em geral. Abaixo de São Mateus e Morumbi, o ranking de furtos e assaltos a residências conta com três distritos policiais da zona norte entre a terceira e a quinta colocações. São eles: o 73º DP (Jaçanã), com 200 casos (171 furtos e 29 roubos de residência), o 38º DP (Vila Amália), com 195 (177 furtos e 18 roubos) e o 28º DP (Freguesia do Ó), com 177 (153 furtos e 24 roubos). O ranking é formado por oito delegacias da zona sul, sete da região norte, três da zona leste e dois da oeste. (Veja o detalhamento desses dados no infográfico abaixo.) São Mateus e Morumbi lideram furtos e roubos a casas em São Paulo

Bandido rouba perto de casa, diz especialista

Na avaliação de José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo da reserva, apesar de apresentarem perfis socioeconômicos distintos, São Mateus e Morumbi guardam semelhança quanto à proximidade de comunidades pobres em seu entorno, onde vive parte dos suspeitos que invadem residências nessas regiões. “No Morumbi, há casas de maior valor, mas a região é cercada por favelas. O roubo e o furto a residência é um crime praticado pelo chamado ladrão de conveniência. Ele rouba perto de onde mora e está sempre em busca de dinheiro, para não depender do receptador para fazer uso dessas quantias, e de objetos de valor, como produtos eletrônicos”, explica Silva Filho. De acordo com ele, as polícias Civil e Militar devem centrar esforços no combate aos furtos e roubos a casa nas regiões onde há maior incidência desses crimes, como Parque do Carmo e São Mateus. “O trabalho eficaz das polícias passa pela identificação dos indivíduos e da maneira como eles praticam esses crimes nos locais de maior vulnerabilidade.”

A cada dia, 11 casas são invadidas por criminosos em São Paulo

A capital paulista registrou 2.645 furtos e 649 roubos a residências entre janeiro e outubro deste ano. Isso representa uma média de 11 casos de invasão de residência por criminosos a cada dia. No mesmo período de 2014, São Paulo havia registrado 3.519 furtos e 957 roubos a residências (15 invasões por dia, em média). De acordo com esses números, os roubos a residência na cidade registraram, nesse comparativo, 32% de queda e os furtos, 25%. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, os roubos em geral (que abrangem, além de invasões a residência, outras modalidades de assalto, como a pedestres e a comércios, por exemplo) registraram, no mesmo comparativo, queda de 5% (de 135.639 para 128.382 casos). Já os furtos caíram 8% (de 161.490 para 147.790).

Por que isso é importante?

Constituição Federal de 1988 prevê, no seu art. 144, que a segurança pública é um “dever do Estado” e um “direito e responsabilidade de todos” e que ela é exercida “para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”. O Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940) prevê, no seu art. 155, uma pena de reclusão de dois a quatro anos e multa para quem comete o crime de furto. Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas (situação comum aos casos de invasão a residência) ou mediante escalada, a pena cominada é mais alta: reclusão de dois a oito anos e multa. Já no seu art. 157, o Código Penal prevê para o roubo uma pena de reclusão de quatro a dez anos e multa. Ela é aumentada de um terço em situações como o concurso de dois ou mais suspeitos ou emprego de arma de fogo.

Combate a crimes foi intensificado, afirma secretaria

A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que o índice de esclarecimentos de roubos a condomínios aumentou neste ano, na comparação com 2014, e que há, hoje, uma maior integração entre as polícias Civil e Militar para combater furtos e roubos a residências em São Paulo. Leia a íntegra da nota enviada à reportagem: “A SSP informa que foi intensificado o combate aos roubos a condomínios, com aumento significativo no índice de esclarecimentos. Das ocorrências investigadas pela 4ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Condomínios e Residências do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), foram esclarecidas 84% daquelas registradas em 2015, contra 50% das praticadas em 2014. Durante oito operações policiais em 2015, foram presos 234 criminosos, entre presos em flagrante, cumprimentos de mandados e adolescentes infratores. Cabe salientar que se observa que há maior número de crimes em áreas com elevada densidade populacional. Dessa forma, além das intensificações de rondas preventivas, houve aumento no fluxo de informações entre unidades da Polícia Civil, sejam territoriais ou especializadas. Também houve aumento na integração das polícias Civil e Militar. Isso permitiu, apenas na área do 34º DP (Morumbi), nos últimos dois meses, por exemplo, a prisão de seis criminosos, que foram reconhecidos por vítimas de roubos, e o esclarecimento de quatro casos.”

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